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A estrutura D’ Os Lusíadas

A estrutura D’ Os Lusíadas

º Os Lusíadas revelam, quer a nível de estrutura externa, quer a nível de estrutura interna, uma grande semelhança com os modelos clássicos seguidos.

Estrutura externa

- O poema está escrito em versos decassílabos, com predomínio do decassílabo heróico (acento na 6ª e 10ª sílabas). É considerado o metro mais adequado à poesia épica, pelo seu ritmo grave e vigoroso. Surgem também alguns raros exemplos de decassílabo sáfico (acentos na 4ª, 8ª e 10ª sílabas).

- As estrofes são de oito versos (oitavas9 e apresentam o seguinte esquema rimático abababcc.

- As estrofes estão distribuídas por 10 cantos. O número de estrofes por canto vária de 87, no canto VII, a 156 no canto X, num total de 1102.


       Estrutura interna

À semelhança dos poemas clássicos, os lusíadas dividem-se em quatro partes:

- Preposição, (canto I, 1-3) – o poeta apresenta o assunto do poema, que irá constituir o objectivo da sua narração.

O poeta propõe-se cantar:

- Os guerreiros e os navegadores;
- Os reis que permitiram dilatação da fé e do império;
- Todos os que, pelas suas obras, se imortalizaram.

- Invocação, (canto I, 4-5) – para os poetas clássicos, a criação poética era fruto de uma inspiração concedida por seres divinos ou sobrenaturais. A invocação destina-se a pedir o favor das musas, divindades inspiradoras a quem o poeta apela no inicio do poema e noutros momentos fulcrais da narração.

Invocação n’ Os Lusíadas
-canto I, 4-5 – às tágides ou musas do Tejo, invocação geral;
-canto III, 1-2 – a calíope, (musa da epopeia);
-canto VII, 78 e seguintes – às ninfas do Tejo e do Mondego;
-canto X, 8-9 – novamente a calíope.


Dedicatória, (canto I, 8-18) – è um elemento facultativo nas epopeias clássicas.
            Camões dedica o seu poema ou rei d. Sebastião, a quem tece vários elogios e aconselha novas empresas guerreiras.


Narrações, do canto I (estância 19) até ao fim do canto X, vão sendo narrados acontecimentos no passado (desde as origens de Portugal até D. Manuel I), no presente (tempo da acção central do poema), no futuro (profecias).

Narração – “in medias res”

“Já no largo oceano navegavam,
As inquietas onda apartando”

(Canto i, Est. 19)
- A narração tem início quando a armada já se encontra no canal de Moçambique, isto é, a meio da acção. Este procedimento defendido por Horácio, na sua arte poética, tem como objectivo “prender o leitor à história”, criando expectativa relativamente aos acontecimentos que lhe são cronologicamente anteriores.