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Mar Português

MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.


Comentario:

- É este um dos poemas mais citados de Mensagem e sem dúvida um
dos mais belos. Antes de mais nada é essencial reparar no detalhe da
colocação deste poema no todo de Mensagem. É o mesmo mar descrito em
outros versos, mas é um mar diferente, é um mar feito símbolo do
sofrimento e das descobertas portuguesas.

Analise:
- Na primeira estrofe ele vai nos mostrar o “sal” como símbolo do
sofrimento, pois para que fossem cruzadas as águas desse mar, muitas
lágrimas foram derramadas. A tragédia marítima não é feita só de heróis,
mas também daqueles que esperam e sofrem pela causa comum.
- Após descrever as dificuldades e os sacrifícios na primeira estrofe,
agora na segunda ele pergunta: valeu a pena tanto sacrifício, tanta dor?
E diz que quem quer atravessar o Bojador, deve aceitar a dor, pois nenhuma
grande descoberta se faz sem sacrifícios.
A procura dos opostos é ao que se resume a última porção da segunda
estrofe,
ele diz que Deus criou o mar perigoso e com abismos, mas em oposição a isso,
espelhou nele o céu.