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OS SÍMBOLOS

OS SÍMBOLOS
Primeiro / D. Sebastião

Esperai! Cai no areal e na hora adversa
Que Deus concede aos seus
Para o intervalo em que esteja a alma imersa
Em sonhos que são Deus.
Que importa o areal e a morte e a desventura
Se com Deus me guardei?
É O que eu me sonhei que eterno dura
É Esse que regressarei.


Analise:

- Na primeira estrofe, Pessoa apresenta a morte como algo transitório “o
intervalo” que está “imersa / Em sonhos que são Deus”. Por isso não é
um estado permanente e sim um estado de transição, uma passagem da
vida que conhecemos para outra vida futura.
- O símbolo de D. Sebastião não é retomado igual “D.Sebastião - rei de
Portugal” como nas “Quinas”, que é a terceira subdivisão da primeira
parte do livro, pois agora Fernando Pessoa invoca o símbolo mais perto
de estar completo, livrando-se da “carne” para ficar somente com a
essência do mito.