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II MAR PORTUGUÊS

II
MAR PORTUGUÊS

"Mar Português", segunda parte de Mensagem, fará a transição entre a primeira,
que apresenta a história da terra e a síntese da caminhada para o
mar (REALIDADE), e a terceira, que faz referência ao Encoberto (MITO).

- Nos oito primeiros poemas, o navegante português, pela sua ação heróica,
rompe com os mitos do mar tenebroso e mostra que é real um mundo até então
temido e desconhecido dos europeus. O MITO se torna REALIDADE.

- No nono poema, "Ascensão de Vasco da Gama", inverte-se essa relação, ou
seja, foi tão grandiosa a realidade construída pelo navegante, que o tornou herói de
toda a história da navegação e acabou elevando essa realidade à condição de Mito.

- Ainda fazendo referência à MITO X REALIDADE, nos dois poemas finais "A
última nau" e "Prece" é finalmente instaurado o mito, antecipando nesta segunda
parte de Mensagem, o teor mítico da terceira, para o qual vai se dirigir todo o
sentido do livro-poema de Pessoa. Vemos a passagem de uma nova realidade – a
do esvaziamento do império dos mares, com D. Sebastião embarcado em "A última
nau" – para o preenchimento mítico final, que se dá no poema "Prece". Este final da
segunda parte de Mensagem faz o elo com a terceira, onde a referência é o mito do
Encoberto e tudo aquilo que se relaciona a ele.

- “Mar português” é, dentre as três partes de Mensagem, aquela que mais se
aproxima do que tradicionalmente se concebe como estrutura épica.